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14 abril, 2016

Astro_poemas (12) : Alberto Caeiro

Se quixermos escolmar dous versos para sintetizar a obra e a personalidade científica de D. Ramón Aller, mal poderiamos atopar outros mellores que o primeiro e o terceiro do poema de Fernando Pessoa / Alberto Caeiro que aquí traemos.

"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo" situanos ao sabio lalinense nunha sociedade rural, excluída das esferas do saber científico, pero co ceo aberto, co Universo ao alcance da man..., apenas á espera da curiosidade e a intelixencia que o poida explorar.

"Eu sou do tamanho do que vejo" lémbranos a inexistencia de límites para o ollo ceibe, para a liberdade conquistada a través da pescuda e o coñecemento.



 VII
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo….
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.
(Alberto Caeiro, in O Guardador de rebanhos)

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