03 marzo, 2016

Astro_poemas (5) : Olavo Bilac

Fonte
 XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" e eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

O imaxinario asociado aos obxectos astronómicos está, desde sempre, ligado á expresión poético-amorosa. Así sucede neste fragmento de brasileiro Olavo Bilac: só quen ama pode entender as voces do cosmos. É o soneto XIII dos trinta e cinco que compoñen a súa Via-Láctea.

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